sábado, 12 de junho de 2010

GOTA DE GRITO ABAFADO

Minhas palavras são lágrimas de papel.
Já até paguei pela liberdade,
mas não me adiantou nada.
Me esqueci como suposto civilizado...

Minha poética está de cuspe na lata,
poética chula e vulgarizada,
retardada de confusão – boa? Que nada!
Não mais brinco, brigo com as palavras.

Entravo-me em disformia crônica,
disfonia atônita: escrevo já rasurado.
Engasgo, não consigo engolir ou cuspir.

Sigo todo dolorido de anti-planos.
Baseado em coito interrompido
vou me arrastando para não sei onde...