Minhas palavras são lágrimas de papel.
Já até paguei pela liberdade,
mas não me adiantou nada.
Me esqueci como suposto civilizado...
Minha poética está de cuspe na lata,
poética chula e vulgarizada,
retardada de confusão – boa? Que nada!
Não mais brinco, brigo com as palavras.
Entravo-me em disformia crônica,
disfonia atônita: escrevo já rasurado.
Engasgo, não consigo engolir ou cuspir.
Sigo todo dolorido de anti-planos.
Baseado em coito interrompido
vou me arrastando para não sei onde...
sábado, 12 de junho de 2010
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"Quase entendo a razão da minha falta de ar
ResponderExcluirAo escolher palavras com que narrar minha angústia, eu já respiro melhor.
A uns, Deus os quer doentes, a outros quer escrevendo."
Isto é um trecho do lindo poema "Ex-voto", da Adélia Prado.
Esta poeta é cheia de dor e cura, desespero e devoção, cheia de si humanamente vivendo nos versos, nua.
Ela trava qualquer tipo de relação com as palavras: brinca, luta, ama, odeia e escreve deste lugar para nossa salvação, além da sua própria.
Adélia não se furta ao ofício de poeta, sequer poderia... assim como você está se deixando vencer e ser vencido pela poesia.
Beijo grande.
Lindo carlinha! adoro e admiro o seu dom de embelezar minhas publicações. Muito obrigado, sua sensibilidade transborda meus versos e os enriquece... Seras sempre bem-vinda.
ResponderExcluirBeijos outros...