sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E NÃO PARA DE VENTAR... (OU “ME ORGULHO POR SER HOMEM”)

Tecnologia:
coisa fria
que é fácil pros netos
e difícil pra tia.

Argumento:
coisa pra filósofo,
advogado e louco,
correndo atrás duma verdade
que inventamos aos poucos.

Vento:
Aquele que passa
recusa a cachaça
não procura não deprime
e muito menos acha graça.

Não sabe a verdade
e, na verdade
não tem argumento
nem um pingo de vaidade.
Nunca se pergunta:
O que é o vento?

Orgulho:
Por isso me orgulho,
sou homem e mergulho.
Não como o vento,
brisa fria
que se esvai sem lamento,
quando vê já se foi,
não para pra dizer adeus,
“nem um oi!”

Sou homem e mergulho,
me chafurdo no meu orgulho
pois invento!

Invento lamento
tecnologia e argumento,
invento verdades
e até sentimentos.
Sou homem e posso parar,
ao contrário do vento
que prometera nunca,
jamais se apaixonar.

(J.P.Guéron)

2 comentários:

  1. Lindo João, estou te lendo aos poucos.
    Tenho muitos poemas sobre vento, e tb sobre a essência humana, que é ser uma "espécie onírica".
    Só que o meu vento se apaixona, porque humanizo o que me voa ou molha neste ofício de estar no mundo me apropriando de tudo.
    Assim, o que eu vivo passa a ser meu, vira sonho, poesia... e o meu mundo interno fica quase o meu mundo inteiro - onde é bom deixar o outro entrar.
    Este nosso é um bom encontro.
    Beijo, Carla

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