quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O MANTO

Acontece, caro amigo,
que poesia é arte
e não confissão ,
onde tudo é verdade.

É arte mais verdadeira
não por despir-se insanamente,
e sim, porque mente
sem dó nem piedade
dissimulando o que fora realidade.

A poesia é permissiva
e os carnavais também,
neles vestimos falsos mantos,
fingimos que zero é cem.

Aqui tudo podemos supor.
Nos permitimos fantasiar,
imitar, enrustir ou exaltar,
e até por inteligentes
nos fazemos passar.
(J.P.Guéron)

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