quinta-feira, 1 de abril de 2010

NO SENTIDO DA BUSCA

Álbuns incompletos
de eus sem limites.
Inteiros partidos
de lacunas repletos.

Assim está bom,
existindo em aberto.
Que graça teria
ser eu já completo?

Boa é a procura
que infinitamente dura.
Às vezes acho que acho,
mas a busca perdura.

Busco no amor,
na fé e na arte.
Pulsão que me mantém vivo
procurando por toda parte.
(J.P.Guéron)

Um comentário:

  1. "A maior riqueza do homem
    é a sua incompletude.
    Nesse ponto sou abastado.
    Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

    Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
    que puxa válvulas, que olha o relógio,
    que compra pão às 6 horas da tarde,
    que vai lá fora, que aponta lápis,
    que vê a uva etc. etc.

    Perdoai
    Mas eu preciso ser Outros.
    Eu penso renovar o homem usando borboletas."

    Isso é Manoel de Barros, no Retrato do artista enquanto coisa.
    Este poema soou como música!

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