O outro é meu limite,
barreira meta e física
preservada a látex lubrificado.
O outro é o meu agite,
meu certo, meu errado.
Um eu não meu
que some sem dizer adeus. Interpreto...
O outro é imagem, campo, figura e fundo.
Um outro mesmo mundo
entrecruzado que me limita e me completa...
Que me abraça e sente de forma diferente,
é mistério...
O mal-bem-estar
que me faz vestido, inibido e repleto,
monogâmico, careta e secreto...
O outro me dá sentido,
me espalha e me faz espelho.
O outro é companhia para a solidão,
sol nas frias noites, coito. Fricção...
Pode ser parte minha, dele mesmo,
pura imaginação ou mero engano da visão.
O outro é parâmetro, lei e competição,
norma que estabelece o desvio padrão.
O outro é abismo ou outra coisa qualquer:
homem, criança, mulher...
Pulsão com direção.
Eu sou o meu outro.
sábado, 29 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
"Eu não sou eu nem sou o outro,
ResponderExcluirSou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
(M.S.C.)
Tua poesia está mais livre, João.
Lindo poema. Viva!
Que ele venha para a sua vida.